A força dos games: uma viagem pelos jogos de Star Wars ao longo das gerações

Por Mauro Junior | Especial “May the 4th” – Passa de Fase

Desde que os rebeldes explodiram a Estrela da Morte pela primeira vez em 1977, o universo de Star Wars se tornou um dos maiores fenômenos da cultura pop. E como não poderia deixar de ser, a saga também encontrou nos videogames um território fértil para expandir seus mitos, seus heróis e vilões — com resultados que vão de obras-primas inesquecíveis a experimentos esquecíveis.

No espírito do 4 de maio, data celebrada mundialmente pelos fãs com o trocadilho “May the 4th be with you”, fizemos uma viagem intergaláctica pelos jogos que marcaram o legado de Star Wars nos videogames, desde os primeiros píxeis no Atari até os blockbusters modernos.

Aperte os cintos do seu X-Wing, prepare seu sabre de luz — e venha conosco nesta linha do tempo!


1982 | Star Wars: The Empire Strikes Back (Atari 2600)

O primeiro jogo oficial da franquia foi direto ao ponto: você pilota um snow speeder para deter os temíveis AT-ATs em Hoth. Simples, direto e com gráficos rudimentares, mas já capturava a tensão do cinema no controle de um joystick quadradão.


1991 | Star Wars (NES, Game Boy, Master System)

Inspirado no Episódio IV, o jogo colocava o jogador no controle de Luke em uma jornada repleta de plataformas, combates e voos em X-Wings. Foi um dos primeiros títulos a realmente tentar adaptar o roteiro dos filmes para o formato dos games.


1992 | Super Star Wars (Super Nintendo)

O início da trilogia clássica no SNES foi um salto gráfico e sonoro. Super Star Wars e suas sequências (Empire Strikes Back e Return of the Jedi) misturavam ação frenética, fases em veículos e chefões enormes. Desafiadores, longos e com trilha sonora que imitava Williams em 16-bits, são até hoje cultuados por fãs retrô.


1993 | Star Wars: X-Wing (PC)

Simulador espacial da LucasArts que colocava o jogador como um piloto rebelde em combates táticos contra o Império. Foi o primeiro de uma série (seguido por TIE Fighter em 1994) que focava em realismo, cockpit e batalhas com estratégia e peso.


1995 | Dark Forces (PC, PS1)

A resposta de Star Wars ao sucesso de DOOM. Com o personagem Kyle Katarn, o jogo introduziu uma história paralela à saga, exploração em 3D, e trouxe elementos que mais tarde seriam base para Jedi Knight. Foi também onde surgiu o conceito do roubo dos planos da Estrela da Morte — antes de Rogue One existir.


1996 | Shadows of the Empire (Nintendo 64)

Parte de um projeto multimídia (livro, HQ e trilha sonora), esse jogo explorava eventos entre os Episódios V e VI. Dash Rendar, o protagonista, virou um ícone entre fãs dos anos 90. Apesar da jogabilidade travada, marcou época como um dos primeiros títulos de Star Wars em 3D.


2002 | Star Wars: Jedi Outcast – Jedi Knight II (PC, GameCube, Xbox)

Um dos grandes títulos do início dos anos 2000. Katarn retorna com sua jornada de redenção e poder. O destaque é o combate com sabre de luz e os poderes da Força, finalmente bem implementados com física e estratégia.


2003 | Knights of the Old Republic (PC, Xbox)

A obra-prima da BioWare. Um RPG com escolhas morais, combate tático em turnos e uma história original se passando milhares de anos antes da trilogia original. Personagens como Bastila, Revan e HK-47 se tornaram tão icônicos quanto Luke ou Vader. Ganhou prêmios, remaster e um remake anunciado — e até hoje é citado como o melhor jogo da franquia.


2005 | Star Wars: Battlefront II (PS2, Xbox, PC)

Um shooter de larga escala com batalhas nos maiores planetas da saga. Jogadores controlavam tropas da Aliança, Império, Separatistas ou República, e podiam até virar heróis como Yoda ou Boba Fett. O modo campanha com o 501st Legion é lembrado até hoje.


2008 | The Force Unleashed (PS2, PS3, Xbox 360, Wii)

Um game ousado que mostrou o “lado brutal da Força”. Com o anti-herói Starkiller, aprendiz secreto de Darth Vader, o jogo foi um sucesso de crítica e vendas. A física, os combates e a narrativa expandiram o cânone — mesmo sendo depois relegado ao status “Legends”.


2015 | Star Wars Battlefront (PS4, Xbox One, PC)

Reboot da DICE e EA da série clássica. Visualmente impressionante, com som e ambientação perfeitas, mas criticado por falta de conteúdo. Ainda assim, jogado em coop com amigos, era pura imersão no universo da saga.


2019 | Star Wars Jedi: Fallen Order (PS4, Xbox One, PC)

A volta triunfal de uma campanha single-player. Com Cal Kestis como protagonista, o jogo trouxe elementos de Uncharted, Soulslike e Metroidvania, recriando a sensação de se tornar um Jedi. A sequência, Jedi: Survivor (2023), refinou tudo com ainda mais maturidade.


2023 | Star Wars: Jedi Survivor (PS5, Xbox Series X|S, PC)

Continuação direta de Fallen Order, mostra Cal como um Jedi mais experiente enfrentando o Império. Com melhorias em exploração, combate e narrativa, reforça a importância do single-player na franquia.


2022 | LEGO Star Wars: The Skywalker Saga

A versão definitiva da série LEGO. Reconta os nove episódios da saga com humor, colecionáveis e um sistema de combate redesenhado. Perfeito para fãs de todas as idades — e com um conteúdo gigantesco.


2024 | Star Wars Outlaws (PS5, Xbox Series X|S, PC)

Desenvolvido pela Ubisoft, coloca o jogador na pele da fora da lei Kay Vess. Em um mundo aberto ambientado entre os episódios V e VI, explora o submundo galáctico com liberdade, escolhas morais e missões não-lineares. Um marco técnico e narrativo.


BONUS RETRÔ:

  • Star Wars Arcade (1993 – Sega 32X): Jogo em 3D que recriava batalhas espaciais com gráficos surpreendentes para a época.
  • Star Wars para Mega Drive (1994): Menos conhecido, mas uma boa tentativa de recriar a experiência da trilogia no console da Sega.
  • Star Wars: Return of the Jedi (Arcade – 1984): Com gráficos vetoriais e visão isométrica, colocava o jogador em veículos como a speeder bike.
  • Star Wars Chess (PC – 1993): Sim, isso existiu. Vader contra Luke… num tabuleiro de xadrez.

A Força está nos jogos

Dos gráficos vetoriais do Atari aos mundos abertos em ray tracing, os jogos de Star Wars sempre refletiram o momento tecnológico e cultural de sua época. Mais do que adaptações, eles criaram lendas próprias, personagens memoráveis e expandiram a galáxia muito, muito distante para dentro do coração de milhões de jogadores.

Neste May the 4th, celebrar Star Wars é também relembrar as tardes alugando cartuchos, as noites conectados em servidores rebeldes, ou as madrugadas com fones ouvindo o som de sabres cruzando.

Que a Força continue nos inspirando — nos filmes, nos games, e em cada ponto de salvamento que carregamos desde a infância.