Uma cláusula polêmica dos termos de uso da Ubisoft voltou a ganhar destaque nas redes sociais. No último domingo (06), um usuário do X (antigo Twitter) compartilhou um trecho do contrato que exige dos jogadores a destruição de todas as cópias — físicas ou digitais — de um jogo, caso a empresa opte por descontinuar seu suporte.
Na prática, se um jogador possui The Crew em mídia física, ele deveria não apenas desinstalar o game, mas destruir o disco, conforme a interpretação da cláusula. O contrato também menciona que, em caso de violação dos termos por parte do usuário, a mesma conduta é exigida: remoção do conteúdo e destruição do material.
Embora a regra não seja exclusiva da Ubisoft, ela chama atenção justamente porque a empresa tem um histórico recente de descontinuações. O caso mais emblemático é o próprio The Crew, que teve seus servidores desligados em 2024, tornando o jogo completamente inacessível — mesmo para quem o comprou fisicamente.
Esse movimento resultou, inclusive, em um processo judicial contra a empresa, com consumidores acusando a Ubisoft de vender produtos com prazo de validade oculto. A situação se agravou com a interrupção de XDefiant, título gratuito lançado como shooter competitivo e encerrado em 3 de junho de 2025, sem qualquer modo offline para preservação.
A descontinuação de jogos tem causado consequências internas severas. O fechamento de XDefiant levou ao encerramento dos estúdios da Ubisoft em São Francisco e Osaka, além da redução da equipe em Sydney, afetando diretamente 277 funcionários.
O episódio reacende o debate sobre propriedade digital, preservação de jogos e os limites do modelo “live service”, em que os títulos deixam de funcionar completamente quando perdem o suporte oficial.
Mesmo empresas como a Sony passaram por situações parecidas: o fracasso de Concord levou ao encerramento dos servidores e à dissolução do Firewalk Studios, sinalizando que o problema não se limita a uma única editora.
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