Autor: Mauro Junior
A primeira vez que usei minha alma como gancho foi em Soulchain — e confesso: n
Que game viciante. O jogo, desenvolvido pelo estúdio brasileiro Moraguma, foi uma das minhas descobertas favoritas na Gamescom Latam 2025. A proposta é ousada e, ao mesmo tempo, absurdamente precisa: um plataformer não-linear e baseado em física, onde o desafio é dominar o movimento, não só o mapa.
Você acorda como uma pequena alma perdida, vagando pelas estações da Vida Após a Morte, em um mundo denso, enigmático e cheio de possibilidades. Não há armas, upgrades de força ou habilidades bombásticas. Sua única ferramenta é a própria alma, usada como um gancho de escalada, que se torna cada vez mais poderosa conforme você aprende a dominá-la. E esse é o charme: a progressão aqui é baseada em conhecimento, não em itens.
Soulchain brilha com seu design de nível artesanal. Cada plataforma, cada obstáculo, parece pensado para ensinar algo novo sobre o movimento. O gancho oferece um controle refinado: permite movimentos calculados e metódicos, mas também possibilita manobras rápidas e arriscadas. Você escolhe como encarar os desafios — com cautela ou ousadia.
Durante a demo na Gamescom, explorei seções cheias de armadilhas, portais, plataformas móveis e até áreas secretas que exigiam domínio absoluto do movimento. O que mais me surpreendeu foi a expressividade do controle: um mesmo obstáculo podia ser superado de diversas formas, dependendo do domínio técnico do jogador.
O mundo de Soulchain é repleto de personagens curiosos, passagens escondidas e pequenas histórias sobre almas perdidas — e tudo é envolvido por uma atmosfera mística que lembra os metroidvanias mais contemplativos. A estética, por sinal, é minimalista e envolvente, com uma paleta que muda conforme as estações do além-vida e que reforça a sensação de estar em um plano entre mundos.
Outro destaque vai para a opção de dificuldade ajustável, que permite que jogadores mais casuais aproveitem a jornada com tranquilidade, enquanto os mais corajosos podem explorar um mundo alternativo noturno, brutal e reservado para quem busca a superação máxima.
Com lançamento previsto em breve para PC via Steam, Soulchain é mais do que um jogo de plataforma — é uma experiência de movimento, descobertas e sensibilidade. Um metroidvania brasileiro que tem tudo para se tornar referência no gênero.