Criadores de The Last of Us Debatem o Final Polêmico de Joel — “Eu Acho Que Ele Estava Certo”, Diz Druckmann

O desfecho de The Last of Us continua a gerar discussões acaloradas mais de uma década após seu lançamento. O momento em que Joel invade um hospital dos Fireflies e mata todos os envolvidos para resgatar Ellie, mesmo sabendo que a cirurgia que ela enfrentaria poderia significar a cura da humanidade — mas também sua morte —, permanece como um dos mais ambíguos e divisivos da história dos videogames.

Com a segunda temporada da adaptação da HBO se aproximando, os criadores Neil Druckmann (roteirista e diretor do jogo original) e Craig Mazin (co-showrunner da série e criador de Chernobyl) comentaram o final controverso em entrevista à IGN, via Insider Gaming.


Neil Druckmann: “Joel estava certo”

Druckmann, que construiu o arco emocional do jogo em torno da paternidade e do trauma, foi direto:

“Eu acredito que Joel estava certo.
Se eu estivesse na posição de Joel, espero ser capaz de fazer o que ele fez para salvar minha filha.”

A fala mostra que o criador do jogo vê as ações de Joel sob a lente emocional, e não apenas ética. Para ele, o amor paternal — mesmo com suas consequências brutais — é o que move o personagem, e isso basta para justificar suas decisões.


Craig Mazin: “Eu gostaria de pensar que não faria o mesmo”

Já Mazin oferece uma perspectiva mais reflexiva e conflitante:

“Isso é tão interessante, porque eu acho que se eu estivesse na posição de Joel, eu provavelmente teria feito o que ele fez.
Mas eu gostaria de pensar que não faria. Esse é o interessante empurra e puxa da moralidade disso.”

Para Mazin, a genialidade do final está exatamente na ambiguidade moral: não há um certo ou errado absoluto — há apenas escolhas humanas dentro de um mundo quebrado. Segundo ele:

“É por isso que o final do primeiro jogo é tão provocativo e tão maravilhoso. Ele simplesmente não te deixa escapar como jogador.”


Joel: herói, vilão ou apenas humano?

Essa nova discussão reacende um dos grandes trunfos de The Last of Us: colocar o jogador diante de dilemas éticos complexos, sem oferecer uma resposta fácil. Joel não é um herói típico, nem um vilão unidimensional — ele é um pai movido pela perda, pela dor e pelo medo de revivê-la.

A cena final, com Ellie perguntando se tudo o que ele disse é verdade — e a resposta mentirosa de Joel —, apenas reforça essa camada de tragédia e proteção mal resolvida que envolve os personagens.


Expectativas para a 2ª temporada

Com o retorno da série previsto para 2025, e a adaptação dos eventos de The Last of Us Part II, o impacto das escolhas de Joel ganhará novas repercussões na televisão. A história continuará a explorar as consequências emocionais e morais de suas ações, não apenas para Ellie, mas para todo o mundo ao redor deles.