Por Lord Inhame

O que é?

O Nintendo Switch é o mais novo console da Nintendo, porém, diferente dos seus concorrentes ou dos consoles anteriores da empresa, a melhor forma de defini-lo é como um híbrido entre portátil e console de mesa.

Se olharmos brevemente as especificações técnicas do Switch, veremos que ele é equipado com processador e vídeo da linha Tegra da NVIDIA, conhecidos por serem utilizados em dispositivos móveis, mesmo assim, tanto em sua tela portátil quanto plugado em uma TV ou monitor, ele apresenta belos gráficos, principalmente no jogo que possuo e já tive a oportunidade de jogar bastante, Zelda Breath of the Wild.

Comparar o Switch com os outros consoles é um pouco diferente, afinal ele possui um hardware de portátil, como compará-lo ao restante? Comparamos com o VITA e o 3DS, ou com o Xbox One e o PS4? Ele é, no momento, o único de sua espécie e desempenha ambas funções perfeitamente, portanto, não entrarei no mérito de comparar hardwares.

Adquiri o Switch em 21/05/2017 e, o que vou repassar a seguir é um pouco da minha experiência nesses dias que estive com ele e, devo admitir, jogando sem parar.

O pacote inicial

O pacote do Switch acompanha o console, que é um portátil com uma tela de 6,2”, o qual integra todo o seu hardware, incluindo 32gb de memória interna (acredite, pode parecer pouco, mas para os jogos do Switch é mais do que suficiente) expansível por cartão micro SD, 1 par de controles que podem ser usados junto com o controller grip que o acompanha, formando assim um único controle, 1 dock para encaixar o console, periféricos usb adicionais e a fonte, a qual também pode ser utilizada diretamente no Switch sem necessidade da dock, podendo ser recarregado também com outra fonte que você possua com saída USB Tipo C.

A princípio meu maior receio com o Switch eram os controles serem muito pequenos, porém utilizados no controller grip ficam perfeitamente encaixados na mão e, apesar de os analógicos e botões serem um pouco menores do que os do Xbox e Playstation, devo dizer que fiquei impressionado com a qualidade, extremamente responsivos. Em nenhum momento tive problema com os controles, nem do analógico ficar escorregando quando a mão está suada, assim como normalmente ocorre comigo com o Dualshock 4 do PS4, por exemplo.

O mais interessante dos controles é que, com um par deles você também pode utilizar para jogos de 2 jogadores, cada um usando “uma metade” do controle na posição horizontal. Então se eu comprar o Mario Kart, por exemplo, posso jogar com um amigo, sem a necessidade de comprar um novo controle.

Para recarregá-los, basta conectá-los nas laterais da tela do Switch, sendo que eles também carregam enquanto você joga no modo “totalmente portátil”.

Os controles também possuem função de movimento, mas dessa vez nenhum acessório extra é requisitado, ou seja, sem barra ou câmera para captá-los, similar à tecnologia de giroscópio utilizada em smartphones. O pouco que usei a função em alguns momentos no Zelda, achei bem precisa, você pode habilitá-la para auxiliar na mira do Arco e realmente ajuda para fazer o ajuste fino na hora de atirar, sendo que depois que habilitei eu não consigo jogar sem.

Já a Dock é basicamente uma dock de smartphone, com uma saída USB tipo C para o encaixe da tela a fim de utilizar o console na TV ou apenas recarregar sua bateria. Ela também conta com 4 saídas USB, a saída para a fonte e uma saída HDMI. O que eu mais gostei da Dock é que ela possui uma porta nos fundos, que você pode abrir para passar os cabos por dentro, deixando-os organizados dentro da dock. O lado negativo dessa função é que se você quiser ter a mobilidade de retirar a fonte para carregar o console enquanto joga em outro cômodo da casa, por exemplo, terá que abrir essa porta, remover a fonte e depois repetir o processo inverso para encaixá-la no Dock.

Um novo conceito de console

Desde que me entendo por gente eu cresci jogando, Atari, Master System, SNES, PS1, N64, Gameboy, PSP, Xbox, PC, enfim, nomeie a plataforma e pode ter (quase) certeza que eu joguei, mas, devo confessar que fazia muito tempo que eu não sentia tanto o “hype” de comprar um console assim como senti com o novo Nintendo Switch.

Talvez a minha queda por portáteis tenha a ver com isso, principalmente porque eu não desperdiço qualquer chance que eu me deparo de testar uma gambiarra pra conseguir jogar jogos de console em uma tela móvel. Streaming do PS4 pro PSVITA, streaming de jogos de PC da Steam pro RaspberryPi ou pra tela do celular, enfim, se eu tiver a chance de tentar jogar um jogo de console em uma tela portátil, pode ter certeza que eu vou persegui-la, afinal, a possibilidade de jogar Witcher 3 enquanto assisto Domingão do Faustão na TV é tentadora demais para deixar passar.

E esse sonho, perseguido por incontáveis gambiarras se realizou de forma extremamente prática assim que iniciei o Zelda Breath of the Wild.

Claro que comecei o jogo na tela portátil dele, eu precisava testar a fundo, ver do que realmente ele era capaz, e devo dizer, depois de 30h de jogo, continuo impressionado.

A tela tem uma resolução 1280×720 pixel, o que para o tamanho dela está ótimo, e é capaz de reproduzir os lindos gráficos do Zelda com maestria, brilho e contraste não foram nenhum tipo de problema e, mesmo já tendo jogado em minha TV de 42″, ainda assim continuo jogando na tela portátil. Com a imagem ampliada na TV, desta vez rodando em full hd 1080p, o jogo continua lindo.

Assim que iniciei o Zelda eu logo percebi, esse não é um jogo de portátil, eu estou realmente jogando um lançamento de alto orçamento, “AAA”, em uma tela portátil, sem ter que me preocupar com input lag, transmissão da imagem via wireless ou nada do tipo. Posso levá-lo para a casa de um amigo e jogar lá, ou seja, ele é totalmente portátil e ainda assim funciona na TV normalmente como qualquer console de mesa.

O que gostei muito também foi a função Sleep Mode, já presente no PSP e PSVita, mas que deu as caras no Switch também. Ao invés de desligá-lo, ele entra em modo de espera e quando for utilizado novamente voltará exatamente do mesmo instante no qual foi desligado.

Corrigindo os erros do passado

Uma coisa é certa, tudo que havia de errado no WiiU, como a falta de foco em um público alvo e o fato dele ser anunciado e vendido como algo que poderia ser um híbrido de portátil e console de mesa, mas que não se realizou, é passado.

A Nintendo aprendeu com seus erros e fez o que sabe de melhor, proporcionar uma plataforma diferente de seus concorrentes que foge do mais do mesmo e se apresenta como um excelente portátil ao mesmo tempo que é um excelente console de mesa.

A Nintendo também está preparando um sistema de assinatura de sua plataforma online (que nunca foi seu forte), que ainda é bem rudimentar, mas possui bastante espaço para expansão.

No momento eles prometem mensalmente “jogos clássicos com novas funcionalidades online” assim que a plataforma de assinatura for lançada. Essa citação me arrepia, imagina se realmente relançarem um F-zero do SNES com função multiplayer, por exemplo? Claro que essa última parte é só especulação minha, mas que vai ser muito bom se for verdade, isso vai.

Vale a Pena?

Eu falei falei e falei, quer dizer, na verdade eu escrevi, escrevi e escrevi sobre o Switch e minhas primeiras impressões e, ainda assim, cortei bastante coisa, tentei deixar o mais relevante possível, apesar que é difícil resumir em poucos parágrafos algo que conhecemos, que é um videogame, mas apresentado, vendido e focado em uma pegada nova.

Em suma, vale muito a pena!

Você gosta de portáteis, tem interesse em jogar grandes lançamentos onde e quando quiser, gosta das franquias da Nintendo, de RPGs e jogos de Estratégia já que em breve teremos franquias como Monster Hunter, Fire Emblem, Pokemon, Disgaea (Disgaea 5 inclusive recém-lançado) e, com certeza, jogos para jogar com os amigos e família em casa? Então o Switch é o console para você.

Porém, se você não tem outro console e, realmente, quer algo que tenha as franquias mais frequentes do mercado como Assassin’s Creed, Far Cry, Call of Duty, entre outros, então talvez o Switch não seja o console para você. Nada foi confirmado até o momento, mas se analisarmos o histórico dos últimos consoles da Nintendo, sabemos onde estamos pisando, ele deverá receber spin offs ou adaptações dessas franquias, mas o foco principal delas deverá continuar sendo PC, Xbox One e PS4.

Outro ponto que pode te desanimar no momento é o fato de o Eshop, a loja online de jogos, não possuir localização no Brasil, desta forma é necessário um cartão de crédito internacional para comprar os jogos nela. Quanto a preço, mesmo em dólares fica similar aos lançamentos de outros consoles, como o PS4, que costuma ter seus jogos lançados a R$250 na PSN Store. Um lançamento do Switch, por exemplo, com a cotação atual do dólar sai em torno de R$190 a R$220 com as taxas.

A Nintendo também retirou seu suporte oficial no Brasil, não havendo distribuição de seus jogos, o que pode elevar os preços por importadores que desejem revender nas terras tupiniquins.

Se você, assim como eu, procurava, mesmo que em seu subconsciente, uma forma fácil e agradável de juntar o melhor dos dois mundos, console de mesa e portátil, então não pense duas vezes, o Switch foi feito pra você.

Minha recomendação, para você que vai comprar, com certeza é o novo Zelda. Claro, Mario Kart 8 Deluxe já está no mercado e é excelente, mas o novo Zelda realmente demonstra a capacidade do novo Switch. O jogo é lindo, cheio de detalhes que mostram que foi feito com carinho e zelo para com os fãs, sejam novos ou antigos, demonstra as capacidades gráficas, sonoras e de jogabilidade do novo console.

Apenas como um breve preview, Zelda Breath of The Wild junta tudo de bom dos jogos open world, como as capturas de outposts do Far Cry 3, os pequenos detalhes que somam ao jogo e cenários que são de tirar o fôlego de Witcher 3, o sistema de abrir o mapa parecido com as torres de Assassin’s Creed, o desafio nos combates e diferentes formas de aproximá-lo como a série Dark Souls e, inclusive, o sistema de stamina e escalada de Shadow of the Colossus. Incrivelmente, toda essa mistura, junto à exploração, quebra-cabeças e a Aventura, no sentido mais puro da palavra, que somente a série Zelda sabe apresentar, fazem dele o candidato para jogo do ano e a melhor escolha para o seu Switch atualmente.

Independente da sua escolha por comprá-lo, amá-lo ou odiá-lo, todos devemos comemorar, a diversidade faz bem ao mercado, impulsiona as produtoras a pensarem diferente e desenvolverem jogos que fogem dos padrões atuais que estamos acostumados, estimulando a concorrência.

No fim, quem ganha somos nós, jogadores de qualquer plataforma.

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